Dei por mim nos últimos dias a reler um velho livro de Miguel Esteves Cardoso (que me guiou a imensas recordações, nem sempre boas… mas recordações) nas mãos de alguém a quem o havia aconselhado - uma vez que ler um livro é sempre uma experiencia pessoal e intransmissível, podendo-se gostar ou não da obra em questão, conforme os gostos de cada um.
Miguel narra o amor… e para mim o amor é um sentimento ambíguo, sempre o há-de ser!
Numa coisa o Miguel tem razão o amor é fodido… o problema é que por vezes somos nós quem fodemos o amor… e como é fodido, foder o amor. Mas ainda é pior quando é o nosso amor, a foder o amor…
Refere o Miguel, “um amor que não está parcialmente fodido, não é amor”. Claro que não concordo nem um bocadinho com a afirmação, mas vejo nitidamente a excelência da mesma, mas também a maldade nela implícita.
E se todos nós nascemos com vontade de amar e ser amados, a forma de o conseguir e se de facto o conseguimos é outra questão, muitas vezes incerta e problemática.
Se o verdadeiro amor é altruísta, então porquê que queremos o amor todo para nós? Será que para amar é realmente preciso duas pessoas, ou só apenas uma basta? Para mim a questão central… reside no facto de sabermos até que ponto o amor é egoísta! Pois se amassemos verdadeiramente, ficaríamos contentes que a pessoa que amamos encontre também ela o amor, ainda que com outra pessoa que não nós…
Claro que a afirmação é ela própria uma falácia, e apenas a referi como meio obvio para alicerçar a minha afirmação, de que o amor é em si e na sua génese é “egoísta”, exige tudo de nós para no fim nada nos dar.
O ser humano nasceu para amar… mas não para ser amado… é por isso que estamos sempre a foder o amor, é por isso que o amor é egoísta, porque no fundo, o amor bem sabe que quanto mais fodido é o amor, mais intenso ele é.
O problema é de facto saber quando o amor fica demasiado fodido para o continuarmos amar… será que é nestas alturas que devemos mandar foder o amor?
Miguel... esqueceste-te de referir está parte, mas deverias tê-lo referido.
Tenho dito…
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