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sexta-feira, 19 de março de 2010

Portugal é um estado anacrónico...

Desde a morte de D. João II que Portugal é um estado anacrónico, vivendo eternamente de cuidados paliativos, que apenas eternizam angustia, e adiam uma morte lenta e certa.

Não quero ser mal interpretado, mas desde sempre apreendi amar e a respeitar a história de Portugal, porém quanto mais conheço da história de Portugal, mais acho elos de ligação entre o ontem e o hoje. O que começou como um apêndice de Castela, transformou-se lentamente num apêndice da própria Ibéria… Portugal enquanto nação independente não tem nenhum sentido perante o contexto geográfico ibérico. Portugal somente sobreviveu como nação independente devido a inércia histórica dos dois lados da fronteira, principalmente de Espanha.

A união ibérica deveria ter acontecido à muitos séculos atrás, para bem de Portugal como da Espanha, cuja construção ibérica deveria ser actualmente um facto consumado. Verdade que perante o sucesso de Portugal nos primeiros anos de enquanto reino independente, fruto da perseverança e astúcia dos nossos primeiros governantes, (diga-se Dinastia de Borgonha, também chamada Afonsina, ainda com escasso contributo genético de Portugal) tornou o facto numa realidade difícil de construir. Ate ao reinado de D. João II, soubemos tomar as rédeas do destino e fomos mesmo a locomotiva ibérica, mas a partir dai tudo se desmoronou. Devíamos a quando da morte de D. Sebastião ter permanecido sobre o mesmo brasão que a Espanha… só que o reinado dos Filipes, nunca se pautou pela inteligência. Deveriam ter percebido que os portugueses nunca se iriam remediar perante o brasão de um rei estrangeiro, deveriam os Filipes, ao invés terem-nos tratado como iguais e não como povos subjugados.

O infortúnio de Portugal foi a degradação genética, com as descobertas, o método de selecção natural impeliu os mais capazes para outros mundos para lá do atlântico, para longe deste eterno mofo que se converteu Portugal… claro que esses uma vez apanhados numa outra cultura, pensaram que estavam no paraíso e nunca mais cá quiseram por os pés. Voltar para quê? Para este antro de podridão com imenso passado e totalmente despromovidos de futuro.

Os que ficaram… foi a pior corja de cobardes que nada mais sabia o que fazer da vida, inertes humanos que continuamente se reproduziram durante séculos, nada estava mal para estes, mas também nunca nada está bem, apenas se limitam a criticar tudo o que é realizado, sem nunca nada fazer.

Tenho vergonha de ser português… Rezo para um dia poder possuir um passaporte comunitário, para atenuar este continuo vexame cultural que sou alvo. A começar pela classe politica, face mais visível da sociedade portuguesa acabando na banca, é transversal à sociedade portuguesa o bafio que sente cá dentro. Por favor tirem-me a cidadania, e dêem-me uma do Ruanda… do Botsuana, sinceramente não quero saber. Venham uns quaisquer americanos, civilizar e intentar uma qualquer coisa com Portugal. Dêem por favor uma desculpa aos americanos para nos invadirem... isto pior que o que está não pode ficar. O desemprego aumenta, o governo culpa os desempregados que apenas querem trabalhar… criminalidade aumenta, a culpa é dos magistrados que não julgam atempadamente… assim como aumenta a indisciplina em todos os sectores da sociedade portuguesa. No fim de quem é a culpa… de ninguém, como é da praxe, mas quem paga a factura? É por todos conhecido, Estamos no país onde quem mais saqueia, é quem mais engorda à conta do estado, é também o superior, e o mais venerado..

2 comentários:

  1. Olá, quero dizer que sou visitante com alguma regularidade do seu blogue. Considero-o interessante, a começar pelo título. Também não deixa de ser pertinente a colocação da imagem alusiva ao The Wall dos Pink Floyd. Quanto a esse seu texto, concordo com o seu pessimismo embora não no grau com que é escrito. De qualquer forma dir-lhe-ei, tentando atenuar a sua amargura que, independentemente de saber se estaríamos melhor ou pior, se pertencessemos a uma ibéria estariamos a falar na independência. Quanto à degradação genética, permita-me dizer-lhe que tal não se verificou. Simplesmente demonstrámos que temos bom gosto ao relacionarmo-nos com mulheres de outras raças. Aí se mostrou uma das nossas melhores qualidades: capacidade de adaptação. Contudo, a sua premissa que defende uma descida da qualidade de ser português devido ao facto dos melhores terem emigrado parece-me forte. Apesar disso há gente boa. Quanto à qualidade dos governantes, posso dizer-lhe que o problema é a cumplicidade de todos para com todos, isto é, parece existir um sentimento de que toda a gente tem telhados de vidro, ou pelo menos algumas telhas. Por último, fazendo jus ao título do seu blogue, em Fafe possivelmente tembém se aplica ... Já agora, se tiver pachorra: http://blogmontelongo.blogspot.com/2010/03/nossa-identidade.html

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  2. Quero em primeiro lugar agradecer as visitas e a pertinência do comentário.
    No que diz respeito ao grau de insatisfação, existe uma óbvia hiperbolização do tema, mas não teria o mesmo impacto se assim não fosse. Quanto à questão da união ibérica, não podemos sacrificar tudo em nome de uma independência secular.
    Não me julguem mal, sou patriota e adoro meu país, mas do ponto de vista geográfico não faz muito sentido.
    Quanto à genética vejamos um simples exercício: Dois Neandertais ouvem um barulho, no bosque, um dele, o mais curioso e corajoso, vai tirar a limpo a situação, o outro mais cobarde foge… vai-se a ver é um tigre… o corajoso morre, e o covarde foge, no entanto o cobarde sobrevive não só para contar a história, mas ainda para se reproduzir, logo somos descendentes do covarde. O mesmo se passou com Portugal ao longo da história, o corajoso morreu nas naus… o cobarde ficou e adaptou-se e reproduziu-se, e dai nasceram os portuguesinhos.
    Quanto ao sentido de adaptação, é mais um defeito que uma qualidade… se não vejamos, quem se adapta são os fracos, pois os fortes mudam a premissa e se necessário são outros a terem de se adaptar... os fracos.

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