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segunda-feira, 28 de novembro de 2011

Diário de um rapaz amaldiçoado



No outro dia, uma rapariga telefonou-me e disse...
"Queres vir cá a casa? Não esta cá ninguém."
Eu fui lá a casa. Não estava ninguém.

Tem sido um dia difícil. Levantei-me de manhã... vesti uma camisa e
saltou um botão. Peguei na minha pasta e a pega partiu-se. Estou a ficar
com medo de ir à casa de banho.

Posso dizer que os meus pais me odeiam. Os meus brinquedos do banho eram
uma torradeira e um rádio.

A minha mãe nunca me deu de mamar. Ela dizia que só gostava de mim como um
amigo.

O meu pai anda com a fotografia de um miúdo que já vinha quando ele
comprou a carteira.

Quando eu nasci... o médico foi à sala de espera e disse ao meu pai:
"Tenho muita pena. Fizemos tudo aquilo que podíamos... Mas mesmo assim
ele conseguiu sair."

Lembro-me do dia em que fui raptado e em que enviaram um bocado de um dedo
meu ao meu pai... Ele disse que queria mais provas.

Uma vez, quando me perdi... Vi um polícia e pedi-lhe ajuda para encontrar
os meus pais. Disse-lhe... "Acha que alguma vez os vou encontrar?" Ele·disse... "Não sei miúdo... há tantos sítios onde eles se podem esconder."

Fui ao médico. "Doutor, todas as manhãs quando me levanto e me olho ao
espelho fico com vontade de vomitar. O que é que se passa comigo?" Ele disse... "Não sei, mas a sua vista está óptima."

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