O vice-presidente egípcio acaba de anunciar a renúncia de Hosni Mubarak, que ontem garantiu que se manteria no poder até Setembro.
O vice-presidente Omar Suleiman disse hoje, em declarações à televisão estatal, que Mubarak sucumbiu à pressão dos manifestantes e renunciou à presidência do Egipto, deixando o poder nas mãos do exército.
"Em nome de Deus, o Clemente, o Misericordioso, cidadãos, perante estas difíceis circunstância que o Egipto atravessa, o presidente Hosni Mubarak decidiu renunciar ao cargo de Presidente da República e delegou ao Conselho Superior das Forças Armadas a tarefa de administrar os negócios do país. Que Deus vos ajude a todos", disse Omar Suleiman perante as câmaras.
O vice-presidente não esclareceu, porém, se vai continuar a ocupar o cargo enquanto o Exército estiver no poder.
A notícia foi recebida com euforia pelos milhares de manifestantes que hoje se encontram na principal praça da cidade, depois de ontem, e contra todas as expectativas, o presidente Hosni Mubarak ter anunciado que tencionava manter-se na liderança do país até às próximas eleições.
O líder do mais importante país da África do Norte lamentou as vítimas da violência dos últimos dias, e afirmou que "ouve a juventude" do seu país, mas que, "tal como jurei, quero continuar a proteger a Constituição até às próximas eleições", sublinhou Mubarak, reafirmando que não vai, porém, candidatar-se às próximas eleições, tal como já tinha anunciado.
"A transição no poder vai fazer-se através de um diálogo justo", referiu aquele responsável, revelando que "todos os partidos políticos concordaram com o início de um diálogo que ajudará o país a sair desta situação".
Hosni Mubarak respondia, com este discurso, às várias notícias que foram sendo avançadas durante o dia de ontem, nos diversos órgãos de comunicação internacionais, e que davam conta da renúncia do presidente, há 30 anos na liderança do Egipto.
Já durante a manhã de hoje a imprensa noticiou que o líder egípcio abandonou o país com a família, uma informação que chegou horas antes deste anúncio oficial por parte de Omir Suleiman.
Constituição determina eleições em 60 dias
Segundo o artigo 84.º da Constituição do Egipto, em caso de renúncia por parte do Presidente da República, é o Presidente da Assembleia do Povo quem assume o poder no país.
Assim, os destinos do Egipto deverão ficar nas mãos de Ahmad Fathi Sorour, que lidera a Assembleia desde 1991. A Constituição determina ainda que no prazo de 60 dias seja eleito um novo presidente.
Não é, porém, claro, se estas mesmas regras se aplicam em caso de o poder estar nas mãos do Exército.
Isso é uma excelente notícia para os nossos camaradas oprimidos pelo grande capital estrangeiro. Congratulo-me com a vitória deles, como se minha fosse. já dizia o grande camarada Fernando pessoa: “Deus quer, o Homem sonha e a obra nasce…”
ResponderEliminarnão sei até que ponto esta será uma boa noticia, porque sai Mubarak, e agora quem vai tomar o poder no Egipto?
ResponderEliminaros Egípcios estão a trocar o conhecido pelo desconhecido, temo que com a saída do Mubarak esteja o caminho livre para os radicais islâmicos tornarem o Egipto num novo Irão