sábado, 30 de abril de 2011
Governador do Banco de Portugal pede que os políticos sejam responsabilizados por incumprimento das regras orçamentais.
O Banco de Portugal, tem agora um governador que parece saber quais são as suas funções, ao contrário do seu antecessor (Victor Constâncio), que em boa hora conseguiu um tacho melhor, Carlos Costa o actual governador parece não ter herdado de Victor Constâncio a vontade de agradar aos governantes, parece estar mais preocupado com as suas reais atribuições e deveres como governador do Banco de Portugal.
Na passada quarta-feira Carlos Costa falando no colóquio comemorativo dos 35 anos da Constituição, defendeu que os gestores públicos deverão ser responsabilizados pela gestão que fazem dos dinheiros públicos, e pelo incumprimento dos compromissos orçamentais.
“É crucial que os decisores de política e os gestores públicos prestem contas e sejam responsabilizados pela utilização que fazem dos recursos postos à sua disposição pelos contribuintes”, afirmou, à margem de uma conferência sobre os 35 anos da Constituição da República Portuguesa e citado pela Rádio Renascença.
O governador do banco central português afirmou ainda que nos últimos 12 anos os governos não foram comedidos. Diz mesmo que não quiseram cumprir regras europeias, de manter o défice abaixo dos 3%, ou de simples bom senso.
“O objectivo de atingir um saldo orçamental próximo do equilíbrio foi sistematicamente reiterado nos nossos diferentes Programas de Estabilidade e Crescimento mas foi sempre adiado para o final do horizonte do programa seguinte, isto é, não nos esquecemos da regra mas nunca a respeitamos ou aplicamos”, sublinhou, citado pela Rádio Renascença.
Pediu também maior transparência sobre as actividades do sector público. “Quantos organismos públicos existem. Quantos são os funcionários públicos e quais os respectivos regimes de vinculação? Qual o volume global das garantias conferidas pelo Estado? Quais os encargos futuros com os sistemas de pensões ou com as parcerias público-privadas?”, perguntou.
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